Vênus

19 de dez. de 2008













Quente! O calor do sexo a devora. Os gemidos e as contorções de prazer do seu parceiro são o seu maior gozo. Ele a aperta contra seu peito e sussurra seu nome, entrecortado pela respiração ofegante: " Dalva, Dalva!" Ah! como é bom ser desejada!
Mas isso não é suficiente. Todos precisam ser dela de corpo e alma. Ela olha nos olhos do macho dominado, esperando a resposta que todos deram, a resposta que a transformará em sua dona: Então ela faz a pergunta: " Você me ama?" O homem ofegante abre os lábios. Ela fecha os olhos esperando a doce palavra de submissão. Mas a resposta abre seus olhos violentamente como um vulcão: " Não!"
Nos dias seguintes, ela sente-se como se uma de suas faces estivesse voltada para o sol e a outra de costas para ele. Dias de calor insuportável no corpo e de frio desesperado na alma. Todos a amavam. Como alguém a quem dera tanto prazer poderia rejeitá-la daquele jeito? Ela o odiou com todas as suas forças. Maldito homem! Maldito desprezo!
Foi ao espelho. Observou seus olhos, seus lábios vermelhos, seu corpo de deusa. Era linda como a estrela da manhã. Tentou ver mais fundo, penetrou a própria alma , quebrou todos os escudos e chegou ao interior de seus próprios pensamentos.
Caiu ao chão, desesperada. Chorava compulsivamente com as mãos cobrindo o rosto. Ela sempre sentiu a necessidade de ser amada por todos. O orgulho e a vaidade alimentavam o fogo que queimava em seu interior. Agora, que estava só, descobriu a mais terrível e avassaladora verdade. Ela não se amava.
OS PLANETAS

2 comentário(s):

Ariane Rodrigues disse...

Estou boquiaberta, pasma, sem palavras...e encantada!

Bjos.

Feliz Ano Novo!

Wesley Viana disse...

Obrigado, minha querida poetisa.