Concerto em mi menor para coração partido e orquestra

13 de nov. de 2008












I- allegro maestoso

Ah, os violinos tocam nosso tema sem variações.
É a mesma melodia flébil de tempos atrás,
graciosa, deliciosamente bela.
As notas longas de nosso duo ultrapassam o compasso.
É o minueto do nosso amor,
festivo, galante, intempestuoso.
O movimento elegante traz-me os seus lábios
que se unem aos meus em um acorde perfeito maior.

II- adagio sostenuto

O que é mais fúnebre
do que o réquiem de um amor morto?
Nem todas as flautas do mundo poderiam chorar tanto.
Quando te olho é com misto de ódio e desejo.
Não sei mais cantar, careço de harmônicos.
Meu tom agora é feito apenas de bemóis,
pianissimo.

III- allegro ma non troppo

Não vamos deixar que nossos olhos nos iludam,
nem as bocas, nem a pele, nem a voz.
Fora do outro.
Como um pacto.
Deixemos a metáfora da música,
a palavra soará agora apenas como um refrão...
amor...
amor...

Estrada de flores

7 de nov. de 2008









Nossa vida é feita de caminhos
Entre vários outros caminhos
que podemos seguir.

O que somos é a soma
das estradas que escolhemos
E das flores que colhemos
durante a viagem.

O que sou é o que eu não fui
E o que serei é o que eu não sou.

Somos sempre casulos contínuos,
Borboleta e lagarta.
Somos uma versão inacabada
de nós mesmos.

Aos mestres, com carinho

5 de nov. de 2008











Com a solidão
aprendi a ser meu amigo
a falar pouco e dizer muito
a olhar e ver
a ouvir o que é mudo.
Sem o outro, aprendi a ser eu.
Com a tristeza
aprendi a pisar leve
a ser calmo e forte
a ser humilde
perante o mistério do mundo.
Na ausência da alegria,
aprendi a ser feliz.