Tinta etérea

9 de fev. de 2009











Não se deveria escrever no papel,
nem tampouco na tela de um computador,
as palavras que gostaríamos que lessem.
Deveríamos escrevê-las diretamente no coração de quem lê,
para que ali ficassem grudadas para sempre aos seus sentimentos.
Deveria-se escrever nas mentes e nas almas
dos que estão adormecidos;
ler alto o discurso camuflado
dos que não querem ser entendidos.
As palavras deveriam ser traçadas em sangue
e escritas com ferro em brasa,
para que, ao morrer, as levássemos conosco;
misturadas à nossa essência, encravadas em nossa alma.

2 comentário(s):

Eduardo Trindade disse...

Há uma frase do Saramago, se não me engano n'O Ano da Morte de Ricardo Reis, que diz mais ou menos o seguinte: a altura da nossa voz é regulada não pela distância do ouvido alheio, mas pela distância entre os corações; por isso os desafetos gritam e os enamorados sussurram.
E eu lembrei desse trecho ao ler teus versos... Muito bonitos, por sinal.
Abraços!

Wesley Viana disse...

Obrigado pelo belo comentário Eduardo. Realmente não há distância intransponível para as palavras, desde que se queira ouví-las.