
Não se deveria escrever no papel,
nem tampouco na tela de um computador,
as palavras que gostaríamos que lessem.
Deveríamos escrevê-las diretamente no coração de quem lê,
para que ali ficassem grudadas para sempre aos seus sentimentos.
Deveria-se escrever nas mentes e nas almas
dos que estão adormecidos;
ler alto o discurso camuflado
dos que não querem ser entendidos.
As palavras deveriam ser traçadas em sangue
e escritas com ferro em brasa,
para que, ao morrer, as levássemos conosco;
misturadas à nossa essência, encravadas em nossa alma.
2 comentário(s):
Há uma frase do Saramago, se não me engano n'O Ano da Morte de Ricardo Reis, que diz mais ou menos o seguinte: a altura da nossa voz é regulada não pela distância do ouvido alheio, mas pela distância entre os corações; por isso os desafetos gritam e os enamorados sussurram.
E eu lembrei desse trecho ao ler teus versos... Muito bonitos, por sinal.
Abraços!
Obrigado pelo belo comentário Eduardo. Realmente não há distância intransponível para as palavras, desde que se queira ouví-las.
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