A ilha perdida

21 de mai. de 2020



Nota do autor: Esse é um conto infantil. Não foi feito para quem acredita em verdades absolutas e sim para aqueles que ainda sabem se questionar.

Havia um povo que vivia em uma ilha. Após anos utilizando os recursos daquele lugar, precisavam encontrar outro local onde pudessem ter uma vida melhor. 

Não muito longe, existia outra ilha onde poderiam recomeçar a vida de modo mais sustentável. Mas havia um problema. 

Eles tinham dois barcos para utilizar, mas não estavam certos qual deles seria o mais seguro para transportá-los. A ilha era perto, poderiam ir nadando, mas depois de tantos anos dependendo de barcos, eles haviam esquecido como nadar.  

Um dos grupos dizia que o barco parado em uma das margens era o mais seguro. E o outro grupo dizia que era o barco da margem oposta. Após várias discussões, teorias e ofensas, decidiram ir cada grupo no barco ao qual achavam melhor.

Tamanha foi a surpresa de ambos ao perceberem que os dois barcos estavam furados e afundavam lentamente. Porém, ao invés de se ajudarem mutuamente, os dois grupos começaram a rir, caçoar e ofender um ao outro. 
“Eu não disse que o seu barco estava furado?”
“Agora aguentem e não digam que não foram avisados!”

E assim, em meio a uma discussão sem sentido, todos afundaram no oceano, mas felizes com a certeza de que estavam certos. Aos poucos, os gritos, xingamentos e risadas irônicas desapareceram no fundo do mar em meio às borbolhas. 

Ao longe a ilha perdida era iluminada pelos últimos raios de sol que se punha no horizonte.