Urano

4 de dez. de 2008











Quando ele era criança fazia os próprios brinquedos, pois os seus pais não tinham dinheiro para comprá-los. Mas ele não construía carrinhos; ele preferia aviões, helicópteros e foguetes. Seu sonho de criança era voar. Na véspera de natal, após um ano cheio de dificuldades, seus pais o perguntaram o que ele queria ganhar de presente. O menino não hesitou: - eu quero ganhar um livro.
... todos diziam que ele não iria conseguir. Seu projeto para a feira de ciências da escola era muito ambicioso: um pequeno foguete. Ele era um adolescente sonhador, passava horas olhando para o céu, como se quisesse possuir as estrelas. Aquele projeto seria o primeiro passo, ele queria tocar o céu. No dia da apresentação, todos ficaram boquiabertos. Seu foguete vôou em direção ao azul. E os sonhos do rapaz voaram juntos com ele.
... o visor não escondia o seu sorriso, e a falta de gravidade não o incomodava; ele flutuava. Ao seu redor, somente a escuridão do espaço e o brilho distante das estrelas, pontinhos ínfimos no universo. Em meio à escuridão, ele procurava o azul do céu, o céu que ele sempre quis encontrar. Diante dele estava a Terra, um globo revestido de azul. O jovem astronauta sorriu. Ele sempre quis chegar ao céu, e agora o céu estava abaixo dele.
OS PLANETAS

1 comentário(s):

Ariane Rodrigues disse...

Muito lindo o desfecho, Wesley! A ordem sintática conferiu um caráter transcendente à estória... Beijo!